Nos primórdios da internet, os libertários desta entendiam que o Estado não deveria interferir no mundo cibernético, por se tratar de uma jurisdição à parte.
Hoje, assistimos a uma crescente fusão entre a Internet e a política.
Temos
internet na política. Os políticos utilizam cada vez mais a internet para difundir a sua mensagem, e para atingirem novos públicos. Obama fez isso de forma memorável, mas muitos são os políticos com blogue,
twitter, perfil em
redes sociais. Até o
Papa já se rendeu aos meios mais tecnológicos.
Isto representa a dimensão que a internet atingiu, com todo o impacto junto da vida quotidiana do mundo em geral. Representa, por fim, o respeito que os políticos têm perante esta evidência.
Em segundo lugar, temos a política da internet. Desfeito o mito da jurisdição cibernética inalcançável pelo Estado, como defendiam os libertários, o Estado vê-se com a legitimidade de regular o mundo virtual.
Regulação quanto a protecção de dados, privacidade, direitos de propriedade intelectual, criminalidade informática, etc., tem vindo a ser uma constante na produção legislativa do mundo ocidental.
Exemplo último tem que ver com os
3 avisos, e a vontade do Estado (no caso, francês) de atribuir a uma entidade administrativa o poder de cortar o acesso à informação com base em alegada utilização abusiva da internet.
Por fim, representando o passo último da fusão entre a internet e a política, surge a internet da política.
Desconfio que nem nos piores pesadelos os libertários, aqueles que, honestamente, acreditaram numa rede livre, imaginaram que a internet se tornaria tão dependente do Estado sendo, mesmo, um braço armado dos políticos.
EDIT 28/05/2009: Esqueci-me de referir outro recente e paradigmático exemplo: Irão que bloqueou o Facebook devido a um candidato da oposição estar a utilizar o site na campanha. Entretanto o site já foi desbloqueado: ver no Diário Digital.