14 agosto 2008

O PITI volta em Setembro.

13 agosto 2008

Rápidas

Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa considera que mensagens SMS guardadas depois de recebidas no telemóvel devem ser consideradas como correspondência escrita já recebida e guardada. Assim, deixando de se considerar o SMS como comunicação em transmissão, ele deixa de gozar do regime de protecção da reserva da correspondência e das comunicações.
Ver notícia do PÚBLICO.
Ver Acórdão.
Ver post do Legal West.

O conflito no Cáucaso também acontece na internet. Ver notícia do Tek Sapo.

"Suspeitos de burla informática e clonagem de cartões detidos no Porto", ver no PÚBLICO.

11 agosto 2008

Relatório OMPI sobre Patentes

A OMPI publicou os dados estatísticos anuais relativos a patentes em todo mundo. O relatório está preenchido não só com o número de pedidos de patentes, e das atribuídas, mas também com dados relevantes para o conhecimento do funcionamento dos mais diversos sistemas de patenteamento.

Segundo o INPI "Em 2006 foram efectuados 1.76 milhões de pedidos de Patente no Mundo, o que representa um aumento de 4,9% em relação ao ano anterior. (...) O Relatório confirma a predominância de alguns países, com 76% dos pedidos mundiais a serem originários do Japão, da República da Coreia, da Alemanha e a liderança dos EUA, quer em pedidos efectuados pelos seus residentes, quer pelos pedidos recebidos no seu Instituto de PI.

Por sua vez, foram concedidas 727.000 patentes no Mundo inteiro em 2006."

Ver notícia do INPI.
Ver notícia da OMPI.
Ver relatório.

04 agosto 2008

Reality Show Virtual - A privacidade esquecida

"Chama-se Ícones é um reality show que irá decorrer no hi5, durante 8 semanas, e para o qual já se inscreveram 4700 pessoas. Esta iniciativa inédita é dirigida sobretudo à geração Y, geração que já não vive sem as novas tecnologias de informação. Saiba mais sobre o Ícones em http://icones.sapo.pt/ford/ e conheça os filmes promocionais clicando aqui." via blog it.


O lema é "Tu podes ser um ícone". Enquanto se promove a cultura da promoção pública do que deveria ser (pelo menos em certa medida) privado, fica a faltar a educação para os riscos das redes sociais.
Hoje, os utilizadores das redes sociais vêm na sua presença online uma extensão da sua personalidade. Assim, muitos não se coíbem de fornecer informações pessoais ao público em geral. Informações que, muitas vezes, nem numa conversa presencial seriam partilhadas. Existe uma ideia de segurança esquecendo-se o facto de qualquer pessoas poder aceder a tais informações, que por vezes são legalmente consideradas dados pessoais sensíveis.

Para tal situação, as próprias redes sociais não ajudam. Quando um utilizador cria uma conta, as opções predefinidas do perfil são as mais abertas possíveis - permissão a todos os utilizadores consulta dos dados e fotografias, por exemplo.
Para tornar um perfil mais privado (como permitir só a amigos verem determinados detalhes), o utilizador tem de aceder às definições da conta. Isto, muitas vezes não é fácil de fazer; e acontece que muitos utilizadores estarão, até, ignorante quanto à opção de o fazer.

A verdade é que o valor de uma rede social vem muito dos dados pessoais que consegue recolher, nomeadamente para fins de marketing directo. Por outro lado, a rede social será tão mais "apetecível" quanto mais informação sobre os utilizadores estiver disponível.

Por fim, na base de tudo está uma questão de educação do utilizador. Estamos perante a "geração Y" que cresceu com a tecnologia, e depende dela, mas que não foi educada para lidar com ela. Os educadores, pais e professores, desconhecem a maioria destas realidades (para não referir a hipótese de serem forem info-excluídos) e não são capazes de educar ou, sequer, vigiar a actividade online dos adolescentes e crianças.

(à direita: eyeeverywhere por myuibe, disponível aqui)

O que fazer?
A imposição legal de requisitos mínimos às redes sociais é o primeiro passo. Isto deverá acontecer, nomeadamente ao nível das opções predefinidas de privacidade, facilidade de personalização de definições de privacidade (por exemplo, uma única opção para restringir todos os acessos de "não-amigos" a qualquer conteúdo do perfil) e verificação efectiva da idade dos utilizadores.

Por outro lado, deve apostar-se na educação dos utilizadores. Muita deles aceitam qualquer outro utilizador como amigo, conhecendo-o ou não. Com isto, as definições de privacidade mais restrita não terão qualquer efeito - visto que estranhos à pessoa continuam com acesso às suas informações. Além disto, há que alertar que nem todas as informações pessoais devem caber no perfil do HI5 (ou outros).

E, o tal reality show?
Entretanto, passa-se a mensagem de que se pode ser um ícone. Este denominado "reality show" tem uma diferença abismal para o Big Brother, ou qualquer outro na TV - decorre no ambiente acessível a todos (não na inatingível TV). Com isto, vai-se promover uma ainda maior abertura da vida de alguns utilizadores à comunidade, o que vai ser tentador para os restantes membros daquela.
Um dos factores relevantes no "concurso" será a quantidade de amigos. Isto vai de encontro à cultura de aceitar todos como amigos, porque o que interessa é a quantidade não a qualidade, criticada acima.

Antes de quererem ser um ícone, os jovens portugueses deveriam conhecer o valor da privacidade.

Ver notícia no blog it.
Ver site do HI5.
Ver site do Ícones.
Ver lista de redes sociais de todo o mundo, na Wikipédia.

(O PITI não resiste a reparar que apesar do nome do reality show ser "Ícones", a 'apresentadora' no vídeo introdutório incita-nos a nos tornamos num "Icóne". Indiciador de alguma coisa?)